Viviam da agricultura, pesca e pastorícia; adoravam a paisagem e respeitavam a natureza em todo o seu esplendor. Respeitavam os seus mortos que, depois de incinerados, eram sepultados nas encostas da elevação. Encaravam a morte como natural, já que a mesma era o início para uma nova vida.
Adoravam a arte e eram exímios na pintura, na música, eram excelentes guerreiros sem temer o inimigo.
Era uma vida com inteiro respeito e adoração pela natureza.
Por muitos e muitos anos os espíritos descansaram nesta montanha onde estavam sepultados nas encostas, até que um dia vieram os Romanos e começaram a escavar tudo em seu redor com o objectivo de explorarem o ouro, o cobre e o ferro; desde então que muitos dos espíritos se libertaram e passaram a reunir-se frequentemente.
Como forma de se fazerem sentir sopravam durante dias, de forma intensa e aterradora, fazendo imenso barulho, mais pareciam uivos de lobos gigantes; eram brados de protesto e desespero; o vento era de tal forma intenso que levantava poeiras por todo o lado e secava tudo por onde passava.
Com o início do solestício do verão, altura em que festejavam com música e outras artes, a natureza e a sua beleza, servia também esta data para protestar a destruição que os seus descendentes iniciaram, porque para eles a beleza, a riqueza, o futuro, está na preservação e conservação e não na destruição a qualquer custo.
Assaltaram as suas muralhas com cavalos de ferro e, ainda não satisfeitos, lançaram fogo queimando tudo em redor. As pedras também ardem.
Extraíram das suas entranhas tudo o que podiam, lançando pelas encostas os restos, que ao passarem esmagavam todos os outros seres.
Não respeitam sequer o que lhes foi transmitido à muitos séculos; a arte.
Se sabem trabalhar a pedra, dar-lhe formas belas, oferecidas pela mãe natureza, foram os antepassados que lhes transmitiram: não sabem agradecer.
Toda esta revolta sentida pelos espíritos, faz unir os seus esforços, para que, com os seus poderes façam com que todos possam parar para pensar, principalmente os chefes das tribos actuais, de forma a que, o que resta dos antepassados, da sua passagem, seja preservado e conservado na mãe natureza e na memória de todos.
Os seus antepassados nasceram da mãe terra, nela viveram e para ela voltaram.
Seguiram as suas leis; paz nas suas mentes, paz nos seus corações, realizaram a paz com estas acções, encontraram a paz na sua mãe terra e não morreram.
Devem os seus descendentes conhecer esta paz nas suas mentes, deseja a paz nos seus corações e realizar esta paz com as suas acções.
A mãe terra está a ser destruída pela ganância do homem, que se esqueceu que faz parte da natureza, somos apenas um fio da teia da vida.
Da forma como o homem está a agir, caminhamos para uma aniquilação total.
O comportamento do homem diante da terra mãe é terrível, ele polui as águas, os rios, os mares, o ar, dizima espécies animais e vegetais, faz guerras, suja com sangue o solo da mãe terra.
A terra é um ser vivo. As civilizações são uma ilusão. Muitas já passaram pela terra e podem ser estudadas através dos registos deixados no planeta. As sociedades passam e a terra continua, só que agora é diferente pois a nossa civilização tecnológica conseguiu o impossível, em menos de 150 anos, o homem moderno conseguiu destruir mais do que todas as civilizações em toda a história do homem no planeta.
O homem precisa de se relegar novamente com a mãe natureza através da vontade, do seu querer.